COMPARTILHE
  • Linkedin
  • Facebook
  • Twitter
  • Google Plus

Regras de Westgard: aprenda a interpretar as regras múltiplas

Por Victor Hugo Lazzaro em 26 de outubro de 2023

As Regras de Westgard são um instrumento do controle de qualidade laboratorial. Esse processo avalia o grau de acurácia dos equipamentos a partir da sinalização dos desvios padrões permitidos na análise das amostras.

Saber aplicar as Regras de Westgard é essencial para garantir a confiabilidade dos resultados entregues ao paciente, bem como a credibilidade do laboratório. Neste conteúdo, explicamos tudo sobre esse assunto para você. Vamos lá!

O que são as Regras de Westgard?

As Regras de Westgard são balizas que definem os desvios padrões aceitáveis nos resultados das análises clínicas a partir de um analito (exame) de valor já conhecido. Se o resultado destoar da margem de desvio definida pela Regra, significa que o equipamento de análise precisa ser inspecionado, pois não está apresentando resultados fidedignos.

Muitas vezes, basta uma recalibragem interna no equipamento. Em outros casos, poderá ser necessário recorrer ao fornecedor para uma manutenção mais criteriosa, seja preventiva ou corretiva.

Como as regras são aplicadas?

As Regras de Westgard são aplicadas a partir do uso de amostras cujo valor já é conhecido. Por exemplo: submete-se ao equipamento uma amostra de glicose cujo valor é 95, e, a partir daí, o analista verifica se o valor indicado pelo equipamento bate com o índice já conhecido. Em caso positivo, significa que o equipamento está funcionando normalmente, ou seja, está liberando um resultado fidedigno.

No entanto, pode acontecer de o equipamento indicar um valor um pouco inferior ou um pouco superior ao esperado. É aí que entram as Regras de Westgard, pois são elas que definem qual é a margem de tolerância aceitável para o equipamento, os chamados desvios padrões.

Mas como saber qual é o limite aceitável? Para isso, cada laboratório se responsabiliza pela compra de analitos (exames) diversos com fornecedores especializados, de modo a fazer o controle a partir de resultados já conhecidos e, assim, avaliar os equipamentos de forma acurada.

O fornecedor então envia as mais diversas amostragens aos laboratórios e os analistas ficam responsáveis por essa avaliação diária dos equipamentos. A bula de cada amostragem traz a indicação clara do nível de desvio que é permitido para cada analito.

Por exemplo: no caso da glicose, que tem o valor 95 como o eixo central, é tolerável um desnível de quatro desvios padrões: dois para cima e dois para baixo. Então, se 95 é o eixo central, e a análise da amostra do paciente deu 0,55 ou 0,67 para cima, por exemplo, significa que o resultado da amostragem está dentro do desvio aceitável.

O mesmo vale no desvio para baixo, se der -0,57 ou -0,64, por exemplo. Lembramos que esses valores são apenas ilustrativos. A amostra, no caso da glicose, pode abranger qualquer grau de desvio até dois pontos para cima ou para baixo.

Ou seja, pelas Regras de Westgard, define-se um eixo central e desvios padrões positivos e negativos para cada tipo de analito. Se o seu equipamento foi devidamente testado com uma amostra de valor conhecido e verificou-se que ele está operando em conformidade com os desvios padrões aceitáveis, significa que os resultados das amostras posteriores que serão avaliadas neste equipamento serão fidedignos.

Assim sendo, o analista pode liberar tranquilamente o resultado para os pacientes, certo de que a análise da amostra é confiável. Todo esse processo é fundamental para a eficiência dos procedimentos laboratoriais, sobretudo em relação ao controle de qualidade interno e à segurança dos pacientes.

Será que a sua instituição está alinhada com esses quesitos? Faça nosso quiz e descubra qual é o grau de eficiência do seu laboratório!

 

Como interpretar os resultados das Regras de Westgard?

A interpretação dos resultados das Regras de Westgard deve indicar se as análises estão sendo fidedignas ou se há sinais de falhas nos equipamentos. Havendo sinais de erros, é preciso saber se eles são sistemáticos ou aleatórios, pois isso interfere no modo como o problema será corrigido. Vamos a uma explicação prática:

Interpretação de erros sistemáticos

Como vimos, as Regras de Westgard avaliam a “corrida” da hora, que é como chamamos o material que está em análise naquele exato momento. Essa interpretação se dá com base nos valores que explicamos anteriormente: eixo central e desvios padrões. Se a análise está dentro dos limites aceitáveis, o resultado pode ser encaminhado normalmente. Se está fora dos limites, isso pode sinalizar uma falha no equipamento laboratorial.

No entanto, conforme as várias análises que vão sendo feitas diariamente, chega-se a um gráfico que sugere uma constante da tendência daquele equipamento. É o chamado Gráfico de Levey Jennings. A partir daí, é possível saber se o equipamento trabalha mais voltado ao eixo central ou se existe uma tendência para subir ou descer desse eixo. Isto é, o gráfico de Levey Jennings define uma tendência positiva ou negativa do equipamento.

Se, dia após dia, os resultados forem ficando cada vez mais distantes do eixo ideal, temos o que chamamos de erro sistemático. Isso significa que é necessário avaliar o estado do equipamento para verificar a necessidade de uma manutenção preventiva ou mesmo corretiva. Essas manutenções geralmente são feitas pelo fornecedor da aparelhagem.

Interpretação de erros aleatórios

Já os erros aleatórios acontecem quando os resultados destoam bruscamente de uma corrida para outra. Por exemplo: consideremos que em uma avaliação de analito pelo valor já conhecido na bula, uma amostra de glicose passou de uma só vez de 95,1 (dentro do desvio permitido) para 104,7. Isso sinaliza uma falha evidente no equipamento, a qual geralmente está relacionada à calibragem.

Pode ser que o equipamento estivesse trabalhando com o limite inadequado de água, ou que estivesse na hora de trocar o reagente, ou pode ser que o resfriamento estivesse inadequado, entre outros fatores que demandam a recalibragem do equipamento.

Se, após esse processo de recalibrá-lo, o equipamento voltar ao normal, realmente houve um erro ao qual denominamos aleatório, uma vez que está relacionado a um desses fatores externos e não à necessidade de manutenção ou correção da máquina.

Essas são as duas formas básicas de interpretar os resultados das Regras de Westgard, de modo a concluir se os equipamentos estão trabalhando com o nível de precisão necessário ou se existem erros sistemáticos ou aleatórios que possam interferir na confiabilidade dos resultados dos exames.

A aplicação das Regras de Westgard é, portanto, algo fundamental para o controle de qualidade nos laboratórios.

Inclusive, vale lembrar que a recomendação das instituições acreditadoras é que os equipamentos laboratoriais sejam submetidos a essa avaliação a cada doze horas. Assim, as equipes conseguem se antever aos eventuais sinais de falhas para corrigir o problema antes de se tornar um agravante na operação.

Vale lembrar também que o uso dos sistemas digitais também é importantíssimo do ponto de vista do controle de qualidade laboratorial. Isso porque, ao trabalhar com softwares especializados, o interfaceamento entre os dispositivos e os equipamentos estará garantido sem a necessidade de interação humana.

Dessa forma, as equipes ganham precisão e agilidade no trabalho desde a coleta até a emissão dos resultados para os pacientes, garantindo um atendimento de excelência na clínica, além da fluidez na rotina corporativa.

Sobre a Pixeon  

Somos a empresa brasileira com o maior portfólio de softwares para o mercado de saúde. 

Nossas soluções atendem laboratórios, hospitais, clínicas e centros de diagnóstico por imagem, tanto em gestão (LIS, HIS, CIS e RIS), quanto no processo diagnóstico (Interfaceamento laboratorial e PACS para radiologia), garantindo mais desempenho e gestão de alta performance em instituições de saúde. 

Nosso sistema de gestão para medicina diagnóstica, Pixeon Korus, atende quase 2 milhões de pacientes e processa mais de 9 milhões de exames anualmente. 

Já são mais de 3 mil clientes no Brasil, Argentina, Uruguai e Colômbia que confiam nas nossas tecnologias.  

Ainda não sabe qual sistema escolher para o seu laboratório? Solicite um contato comercial e surpreenda-se com tudo que nosso sistema de gestão laboratorial é capaz!


Regras de Westgard: aprenda a interpretar as regras múltiplasVictor Hugo Lazzaro Ribeiro é Biólogo especializado em análises clínicas, possui mais de 12 anos de experiência no setor de medicina diagnóstica. Atualmente é responsável pelas soluções da Pixeon para gestão de laboratórios e radiologia.

COMPARTILHE
  • Linkedin
  • Facebook
  • Twitter
  • Google Plus

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *