O que é a sistematização da assistência de enfermagem (SAE)?

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia que organiza toda a operacionalização do Processo de Enfermagem. Hoje em dia, vivemos na era da saúde 5.0, na qual a tecnologia proporciona mecanismos avançados para aprimorar os atendimentos e aumentar a produtividade das equipes, sistemas como prontuário eletrônico e beira-leito são recursos que facilitam e ajudam a assegurar a realização da SAE. 

Nesse sentido, quando falamos em SAE estamos falando também em humanizar o atendimento ao paciente e a própria jornada de trabalho dos colaboradores. Afinal, ao contar com sistemas de assistência informatizados, é possível reduzir a carga de trabalho das equipes e permitir que elas possam focar no cuidado centrado no paciente.

É disso que falaremos neste conteúdo, explicando como funciona a sistematização da assistência de enfermagem e quais recursos são indispensáveis nesse processo. Vamos lá!

Sistematização da assistência de enfermagem: o que é?

Como dissemos, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia que organiza toda a operacionalização do Processo de Enfermagem. A SAE planeja o trabalho da equipe e os instrumentos que serão utilizados, de acordo com o procedimento que será realizado.

O objetivo da metodologia é garantir a precisão e a coesão no cumprimento do processo de enfermagem e de atendimento aos pacientes. Ou seja, a SAE foi pensada para aprimorar a jornada dos pacientes, aumentar a produtividade dos colaboradores e facilitar a prática do enfermeiro a partir de uma gestão do cuidado humanizado nos processos da enfermagem.

O método é organizado em cinco etapas, que ajudam a fortalecer o julgamento e a tomada de decisão clínica assistencial do profissional de enfermagem. Dessa forma, o profissional consegue agir de acordo com a priorização, a delegação, gestão do tempo e contextualização do ambiente cultural do cuidado prestado. 

A princípio, é importante destacar que a SAE está diretamente relacionada com o trabalho de análise de dados, estabelecendo padrões e resultados decorrentes das condutas definidas pelas equipes. Isso só é possível quando as equipes contam com uma base de informações sólidas, confiáveis e retroalimentadas diariamente pelos colaboradores.

Lembramos ainda que todos esses dados deverão ser devidamente registrados no prontuário eletrônico do paciente (PEP), pois isso favorece a atuação de toda a equipe de assistência em saúde. É por meio do PEP que os colaboradores conseguem ter fácil acesso ao histórico dos pacientes e aos encaminhamentos mais recentes, de modo a proporcionar uma jornada mais personalizada e acolhedora.

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O uso da tecnologia na Sistematização da Assistência de Enfermagem

Não há como falar em sistematização da assistência de enfermagem sem citar a tecnologia. No tópico anterior, já demos algumas pistas sobre a importância de contar com sistemas digitais para otimizar o fluxo de trabalho nas instituições de saúde.

Isso porque os recursos tecnológicos prestam suporte para que metodologias como a SAE sejam implementadas de forma efetiva. A integração dos dados e a possibilidade de estar a par de todo atendimento ao paciente de forma remota auxiliam nesse processo, aumentando a segurança e o cuidado com o paciente.

Confira a seguir dois recursos indispensáveis para a Sistematização da Assistência de Enfermagem e entenda como eles funcionam.

Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP)

Segundo a resolução do Conselho Federal de Medicina CFM 1638/2002, prontuário é o “documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo”.

O prontuário do paciente pode ser em papel ou digital. Contudo, a metodologia em papel não garante uniformidade nas informações, fragiliza a comunicação e permite possíveis quebras de condutas, além de ser oneroso na questão do seu armazenamento, bem como na questão da sustentabilidade.

Nesse sentido, o uso de prontuários eletrônicos já se tornou uma prática essencial nas instituições de saúde, otimizando não só os atendimentos e o acesso ao histórico do paciente, mas também a comunicação entre as equipes de saúde para avaliarem em conjunto a evolução dos quadros clínicos.

O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) possibilita a facilidade, a continuidade e a sistematização do atendimento ao paciente pela enfermagem e equipes multidisciplinar, assim como, podemos destacar outras vantagens adquiridas com o uso do PEP:

• Amplia o acesso às informações legíveis dos pacientes de forma ágil e atualizada;
• Cria alertas sobre interações medicamentosas, alergia e inconsistências;
• Estabelece padrões para conclusões diagnósticas e planos terapêuticos;
• Realiza análises gerenciais de resultados, indicadores de gestão e assistenciais.

Beira-leito

Os erros das equipes de saúde estão entre as principais causas de morte no Brasil e no mundo. Os motivos vão desde trocas de medicação até falhas na identificação e registro dos dados, por exemplo. Esses problemas são ainda maiores quando pensamos em hospitais lotados, com profissionais que atendem um grande fluxo de pacientes e realizam vários processos manuais.

Para ampliar a segurança no atendimento, os hospitais podem utilizar sistemas digitais avançados que apoiam a realização de atividades e o acesso às informações dos pacientes. É o caso do aplicativo Beira-Leito, que auxilia nos processos do cuidado ao paciente, em tempo real, a partir do armazenamento e controle de diferentes informações, como:

• Tipo, horário e quantidade da medicação;
• Alterações no estado clínico do paciente;
• Monitoramento de sinais vitais;
• Sinalizações se a medicação foi aplicada ou não.

Por meio dessas funcionalidades, o Beira-Leito agiliza os processos da enfermagem, eliminando as tarefas manuais e os riscos no atendimento aos pacientes. Ou seja, o aplicativo garante mais segurança, qualidade e humanização nos cuidados em saúde, favorecendo a SAE a partir de mecanismos avançados de monitoramento. Para saber mais sobre como funciona o aplicativo Beira-Leito, assista ao vídeo a seguir:

5 etapas do processo de enfermagem dentro da SAE

A seguir, explicaremos as 5 etapas que compõem o processo de Sistematização da Assistência de Enfermagem, desde a coleta de dados até a validação das estratégias de cuidado centrado no paciente.

1. Coleta de dados de Enfermagem

O primeiro passo para o atendimento de um paciente é a busca por informações básicas que irão definir os cuidados da equipe de enfermagem. A etapa faz parte de um processo deliberado, sistemático e contínuo, na qual haverá a coleta de dados. As informações podem ser passadas pelo próprio paciente, pela família ou por outras pessoas envolvidas.

Essas informações serão a base de um trabalho com a inteligência de dados na abordagem da SAE. Nesse momento, são coletadas informações sobre alergias, histórico de doenças e até mesmo questões psicossociais, como, por exemplo, a religião, que pode alterar de forma contundente os cuidados prestados ao paciente.

Esse processo é otimizado com a utilização do Prontuário Eletrônico, com formulários específicos que direcionam o questionamento da enfermeira e o registro dos dados, que podem ser acessados por todos da instituição, inclusive remotamente. Dessa forma, é possível realizar as intervenções necessárias para prestação dos cuidados ao paciente com mais segurança e agilidade.

2. Diagnóstico de Enfermagem

O diagnóstico de enfermagem é o processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados. Essa etapa conduz à tomada de decisão sobre os diagnósticos de enfermagem, que irão representar as ações e intervenções para alcançar os resultados esperados.

Para isso, utilizam-se bibliografias específicas que possuem a taxonomia adequada, definições e causas prováveis dos problemas levantados no histórico de enfermagem. Dessa forma, fica estabelecido um plano assistencial adequado e único para cada pessoa.

Portanto, tudo que for definido deve ser registrado no prontuário do paciente, revisitado e atualizado sempre que necessário. 

3. Planejamento de Enfermagem

Conforme os princípios da Sistematização da Assistência de Enfermagem, o objetivo dessa metodologia é que os enfermeiros possam atuar para prevenir, controlar ou resolver os problemas de saúde por meio de uma abordagem mais direcionada e personalizada.

No planejamento de enfermagem, são determinados os resultados esperados e quais ações serão necessárias. Isso é feito a partir dos dados coletados e diagnósticos de enfermagem com base no histórico do paciente e das intervenções já realizadas até então.

Essas informações, assim como nas etapas anteriores da SAE, devem ser registradas no prontuário do paciente, incluindo as prescrições checadas e o registro das ações que foram executadas, por exemplo.

4. Implementação

Em seguida, a partir das informações obtidas e focadas na abordagem da SAE, a equipe realizará as ações ou intervenções determinadas na etapa do Planejamento de Enfermagem.

São atividades que podem ir desde uma administração de medicação até auxiliar ou realizar cuidados específicos, como os de higiene pessoal do paciente, ou mensurar sinais vitais específicos e acrescentá-los no prontuário, por exemplo.

Outro aspecto relevante é o uso de dispositivos que otimizam o registro dessas informações para dentro no PEP, tal como o uso do aplicativo Beira-Leito.

O aplicativo permite que os dados sejam registrados assim que mensurados ou executados ainda à beira leito do paciente. Dessa forma, o recurso ajuda na coleta de dados, permite aferir dados vitais do paciente, checar prescrições e medicações, etc. via smartphones e tablets.

5. Avaliação de Enfermagem

Por fim, a equipe de enfermagem irá registrar os dados no Prontuário Eletrônico do Paciente de forma deliberada, sistemática e contínua. Nele, deverá ser registrado a evolução do paciente para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado.

Com essas informações, a enfermeira terá como verificar a necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. Ou seja, todo esse percurso é fundamental para auxiliar as equipes multidisciplinares na tomada de decisão de condutas, como no próprio processo de alta, o que permite mais qualidade do atendimento prestado e, consequentemente, desospitalização antecipada a menos riscos ao paciente

Como vimos ao longo do conteúdo, contar com um bom suporte tecnológico otimiza essa tarefa e proporciona confiabilidade ao trabalho com a inteligência de dados. Portanto, se você deseja implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem de forma bem-sucedida na sua instituição, já sabe por onde começar o seu investimento.

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